segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Palavras e Acepções V


De tudo o que já foi exposto sobre significantes e significados abstrai-se que as palavras podem conceder e retirar ideias e pessoas dos seus lugares-comuns. Há, entretanto, a acrescentar que existe uma refinada diferença entre semântica e gramática. Esta se ocupa das estruturas ou padrões formais de como as palavras são expressas. Aquela, todavia, se ocupa das significações, podendo, por isso, ter diferentes semânticas no contexto daquilo que se quer comunicar. Em língua nacional vernácular, o significado leva em conta a sinonímia, a antonímia, e a homonímia, tanto quanto, a conotação e a denotação, as quais foram superficialmente comentadas em outro artigo. A Semiótica, ou como se falava antes, Semiologia, é a ciência da linguagem conforme as suas raízes. É a ciência geral dos signos ou semiose que estuda todos os fenômenos culturais como determinantes de sistemas de significação. A 'semeion', a saber, a Semiótica é mais abrangente que a Linguística, pois vai além do sistema sígnico. Neste conjunto entram as artes visuais, a fotografia, a música, o cinema, o vestuário, a culinária, os gestos, a religião, a ciência. Tudo o que é perceptível como significado aos sentidos humanos é o campo da Semiologia. Por todas estas razões, a Semiótica trabalha com formas e conteúdos nos sistemas ocidentais. Outros sistemas de comunicação sígnicos são mais complexos, podendo assumir uma dimensão triádica, ou seja, trabalha em três planos: a) a representação na natureza e na cultura; b) o conceito; c) e a ideia.
É neste sentido que se pode afirmar que há similitudes entre processos de comunicação humanos e não-humanos, com base nas significações do que os sentidos percebem em certos seres, ou fenômenos da natureza. Para Charles Sanders Peirce há três categorias que se impõem sobre a experiência humana: a mediação, a qualidade, e a reação. Para ele, tudo o que pode ser apreendido pelo pensamento se insere nestas categorias. Também é de Peirce as três concepções de sígnos: a) ícone; b) índice; c) e símbolo.
Após uma exposição superficial e sem muito rigor cinetífico, pode-se transpor da fundamentação teórica para fatos similares. Existe no sul-sudoeste da África um pequenino mamífero da família dos Herpestidae chamado 'Suricata suricatta'. São animais exclusivamente diurnos, moram em tocas escavadas no chão, possuem garras fortes, e dentes muito afiados. Uma das suas maiores características distintivas é que têm a capacidade de se colocar posturalmente sobre as duas patas traseiras, elevando-se a uma altura além da sua altura normal. Vivem em colônias de, no máximo, 40 indivíduos e possuem um complexo sistema de túneis subterrâneos onde permanecem durante a noite.
As Suricatas, ou Suricates possuem uma rara inteligência organizacional, porém apenas corporativa; desenvolveram um refinado sistema de comunicação entre si. Elas se revezam na vigilância contra os ataques de inumeráveis predadores. Protegem vertiginosamente as crias pequenas, substituindo-se umas às outras até a exaustão do sono. Parece ter um sistema de códigos sonoros que permitem identificar e transmitir sinais de perigo para cada tipo de predador. Ao emitirem tais sons, que, quando ouvidos pelo bando, provocam reações diferenciadas, com maior, ou menor urgência de defesa e proteção. As Suricatas possuem, inclusive, um eficiente sistema de ensino às suas crias, tanto para caçar sua alimentação, como para se defender dos predadores.
Há partidos políticos no Brasil que são verdadeiros antros de suricatas. Eles agem nos subterrâneos escuros, fuçando a vida de todos. Possuem um eficiente sistema de blindagem dos seus companheiros de bandos. Desenvolveram um conjunto de signos e símbolos pelos quais se comunicam e realizam ilusionismo aos desatentos, tornando-os vítimas de uma espécie de contra-informação. Os seus chavões e clichês são sempre os mesmos, lançando mão das palavras mágicas com as quais hipnotizam a fantasiosa intelectualidade subproduto das cátedras acadêmicas teóricas baseadas em Karl Marx, Vladimir Lênin, Leon Trotsky, Mao Tse Tung, Antonio Gramsci, Max Weber, Theodore Adorno, Rosa de Luxemburgo, Herbert Marcuse, Louis Althusser, Emir Sader, Slavoj Zizek, Jürgen Habermas, Max Horkheimer, entre outros tantos. Estes políticos suricatas, produzem e reproduzem modelos inspirados em um aprendizado adquirido por mimetismo dos mais velhos esquerdofrênicos que não lograram sucesso. Tais suricatas agem de uma maneira durante o dia, e de outra durante a escuridão da noite. Sustentam complexos ralos que dão em labirintos de esgotos por onde transitam e escapam segundo as suas necessidades e ambições.
Enfim, no Brasil há suricatas do planalto, ou no planalto!
Nunca na história deste país se viu tanta verossimilhança entre Suricatas da planície e do planalto...

Um comentário:

Nélia Borges disse...

http://www.youtube.com/watch?v=h73f3LWZALE

Comentando midialogicamente. rs