sábado, 1 de março de 2008

A Cleptocracia Neófita e Deslumbrada

A palavra Cleptocracia, é originariamente grega, significando ipsis literis,governo de ladrões”.
A cleptocracia ocorre quando o Estado de Direito é suprimido por um poder discricionário de pessoas que chegaram ao poder político nos diversos níveis, conseguindo transfomá-lo em uma espécie de moeda de troca ou coisa venal, por diversos modos e formas. Nestes casos, e por vezes, se consegue dar certo grau de legitimidade à subtração de valores e recursos por meio dos meandros de leis não discutidas e não debatidas ampla e exaustivamente. Basta conseguir uma maioria parlamentar artificializada e comprada, para com isso, aprovar e multiplicar leis que favoreçam à Cleptocracia instalada. Muitos são os arranjos e rearranjos possíveis para dar aparente legitimidade ao que se quer nestes Estados assaltados por cleptocratas.
O Estado cleptocrático, como ente jurídico-político passa a funcionar como uma máquina de fazer dinheiro e gerar riqueza pessoal ou corporativa. Su
btraem-se os recursos financeiros da grande massa humana alienada. A população que trabalha e produz passa a ser vista como a "galinha dos ovos de ouro", satisfazendo, assim, ao apetite voraz dos gestores cleptomânicos. Tudo é feito em nome de políticas sociais, de distribuição de renda, de inclusividade social e de correção das distorções da iníqua política de dominação de ricos sobre pobres. Estas palavras mágicas ou frases de efeito, ainda que legítimas no mérito, são ilegítimas nos usos, nos meios e nos fins. O Estado de direito passa gradativamente de tutor da sociedade a uma espécie de gazofilácio do poder cleptocrático. Contrapõe-se à sua função de arrecadador de renda legal, por meio da cobrança de tributos, taxas e impostos, a doador fortuito às contas secretas de cleptomaníacos. Os poderes cleptocráticos são sempre muito eficientes para arrecadar, porém absolutamente inéptos e morosos na solução das reais necessidades humanas. Gastam muito, gostam de gastar e gastam consigo mesmos com mais entusiasmo do que com os necessitados.
Há sempre, e por decurso de tempo, a inclinação de os Estados tenderem a se tornar “cleptocracias absolutistas” pela ausência de combate real, consciente e organizado por parte dos seus cidadãos e por consentimento mútuo entre os cleptocratas e os seus parceiros.
Em economia real, a capacidade de os cidadãos combaterem a instauração do Estado cleptocrático está diretamente relacionada ao poder da sociedade portadora do capital social. Segundo Francis Fukuyama, Robert Putnam e Patrick Hunout, o capital social é uma referência ao conjunto de normas capazes de promover e manter confiança e reciprocidade na economia de uma sociedade. O capital social constitui-se de redes, organizações civis e do compartilhamento da confiança de certos segmentos da sociedade em franca interação. Passa obrigatoriamente pela compreensão da natureza das interações e do funcionamento das chamadas comunidades de práticas.
O estágio “cleptocrático” de qualquer Estado ocorre, essencialmente, quando a maior parte do sistema de gestão pública governamental é dominado por corruptores e por corrompidos politicamente
. É tipicamente um vício do poder duradouro e sem pressões das forças organizadas. Estas forças tendem, evidentemente, a se dar à frouxidão se partilham do poder cleptocrático. Quando elas estão na oposição, se gabam de serem os fiéis depositários da dignidade e da honestidade. Assim, há um conluio organizado e escorregadio diligentemente preparado para pronunciar o discurso de cartola a fim de dissimular a verdade. São "experts" em transtornar a verdade em mentira e a mentira em verdade por inversão de falas. Manipulam as massas por meio de artifícios e ludibriam os incautos por meio de apelos politicamente corretos. Eles escolhem alguns para serem seus inocentes úteis e, assim, passam a idéia de que o Estado está muito forte, organizado e vigilante. Enquanto as instituições centenárias se enfraquecem, eles discusam sobre quaisquer palanques encomendados para comover os deslumbrados.
O pior tipo de cleptomaníaco é o neófito, porque o deslumbramento da primeira vez,o faz pensar que é mais hábil e mais esperto do que os cleptomaníacos que o antecederam. Assim, ele entra com muita sede e se lambuza até se submergir em seu próprio visgo.
Asssim, se cumpre a falsa pronúncia do "nunca antes, na história desse país" se praticou tanto o "dando que se recebe". Ainda mais quando o "tudo pelo pessoal" dos ans 80 está aliado e solidário ao poder cleptocrático neófito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Santos,

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Beijos!

"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco. Para o triunfo do mal basta que os bons fiquem de braços cruzados" (Edmund Burke)